Embora seja muito frequente nas mais diferentes culturas pedir-se perdão por algum constrangimento,
ofensa, embaraço ou contratempo que se tenha causado a outra pessoa, o ato de perdoar ainda está longe de ser uma prática humana cotidiana ou prioritária, na busca e/ou manutenção da saúde física e mental.
Principalmente pelo fato de vivermos em uma sociedade extremamente competitiva, e possuirmos um aparelho psíquico voltado para a sobrevivência e preservação da espécie, em que a prática do perdão pressupõe aceitar uma grande perda.
Perdoar é aceitar uma perda, em detrimento de continuar perdendo por toda a vida, pois, ficar preso ao que já passou nos impede de vivermos o que está para vir, é renunciar ao novo por um apego exacerbado a algo negativo do passado.
Vivemos motivados por uma expectativa norteada por nossa autoimagem que jamais será atendida. Temos valores próprios que não necessariamente são compartilhados como os dos outros. E na maioria das vezes escolhemos não perdoar por acharmos que não merecíamos o tratamento, ou a ação que recebemos, quer pelo que fazemos ou não fazemos, não é justo o que recebemos.